fbpx Skip to main content
Eventos

Madeira em alta: exposições Natural Conections e Slow são destaques no Madrid Design Festival

Por fevereiro 26, 2023No Comments

Em fevereiro, Madrid abriu as portas, pela sexta vez, para o festival que reune designers, artistas e arquitetos de todo o mundo. Em 2023, o Madrid Design Festival apresenta, entre os destaques, as exposições “SLOW” e “Natural Connections”, projetos impulsionados pelo American Hardwood Export Council (AHEC) com a participação de grandes nomes do design europeu, como Inma Bermúdez, Moritz Krefter, Álvaro Catalán de Ocón e Jorge Penádes. Fundada há 30 anos, a AHEC é a principal associação comercial internacional para a indústria de madeira folhosa americana.

Por trás da madeira, matéria-prima principal presente em ambas instalações, o objetivo dos trabalhos expostos é propor novos usos inteligentes de madeiras folhosas (tulipwood, carvalho-vermelho, bordo e/ou cerejeira) a partir de processos de produção e uso final mais sustentáveis desse material subutilizado.

O Madrid Design Festival acontece até o dia 9 de abril de 2023. Já as exposições “SLOW” e “Natural Connections” estarão abertas ao público até 12 de março e 07 de março de 2023, respectivamente.

Definindo tendências e exemplos para o mercado global

Com o objetivo de mostrar de perto casos de usos na prática e demonstrar os benefícios do uso das madeiras folhosas americanas (tais como tulipwood, carvalho-vermelho, bordo e cerejeira), o AHEC promove as exposições para o Madrid Design Festival para promover essa reflexão em nível global e expandir as discussões sobre design e sustentabilidade.

De acordo com a entidade, as madeiras folhosas americanas  se apresentam como opções interessantes para adicionar ao portfólio de matérias-primas para a produção, principalmente pelo seu baixo impacto no ambiente, porque pode durar gerações e ser facilmente reciclável. Além disso, ressalta que a escolha da madeira terá um impacto a longo prazo: a dependência excessiva em uma seleção limitada de espécies acaba gerando tensões no abastecimento, daí a responsabilidade coletiva de usar de diversidade de matérias-primas oferecidas pela natureza.

No caso das florestas norte-americanas de folhosas, o bordo, a cerejeira e o carvalho-vermelho representam mais de 40% de toda a madeira plantada, por isso é vital não ignorá-las. Como seu volume líquido aumenta em 63 milhões de m³ a cada ano, o volume de madeira usado para fabricar todas as peças da mostra “SLOW”, por exemplo, é regenerado enquanto você termina de ler este parágrafo.

Para David Venables, Diretor do AHEC na Europa, através das exposições também é possível mostrar exemplos que talvez sirvam de inspiração para outros designers continuarem buscando um caminho mais verde na produção. “Acompanhando o mercado nos últimos anos é claro observar que, aos poucos, o conceito de “slow design” vem ganhando espaço. No entanto, a grande diferença é o que fazemos com esse conhecimento. Queremos mostrar como isso pode ser colocado na prática e como podemos pensar uma produção com madeira sem – ou quase sem – descarte, com peças atemporais e não obsoletas, pensadas para um ciclo de consumo e produção circular. Esperamos que esses sejam apenas alguns exemplos que inspirem outros designers e arquitetos ao redor do mundo.”

 

‘Slow design’ para mudanças rápidas

Reunindo o trabalho de 17 alunos selecionados de 9 escolas de design espanholas, SLOW Spain: Slow design for fast change mostra o talento e as ideias da nova geração emergente de designers enquanto explora as possibilidades materiais de quatro madeiras folhosas americanas sustentáveis, mas subutilizadas: tulipwood, carvalho-vermelho, bordo e cerejeira.

Mentorados por Inma Bermúdez e Moritz Krefter, Álvaro Catalán e Jorge Penádes, os jovens designers tiveram a missão de desenvolver móveis que sejam funcionais e, ao mesmo tempo, apresentassem alguma inovação – além de, claro, utilizar uma ou mais madeiras folhosas americanas, demonstrando na prática casos de uso para este material.

Entre as peças estão a estante modular “Todo Toca”, a releitura de uma cadeira em estilo japonês “Bondu” (que não conta com cola ou pregos, utiliza apenas os encaixes corretos da madeira para deixá-la firme e em pé), e a mesa de apoio/luminária “Pami” (que conta com fios de metal que conduzem eletricidade e possibilitam que a peça acenda).

 

 

 

Natural Connections

Já na segunda exposição, com o objetivo de conectar material e pessoas de forma lúdica, consciente e com foco na natureza, o AHEC convidou Inma Bermúdez e Moritz Krefter (Studio Inma Bermúdez), Jorge Penadés e Alvaro Catalán de Ocón a criarem três móveis para espaços públicos, pensados para ajudar as pessoas a encontrarem e redescobrirem a natureza.

Inspirados no edifício do Matadero, também localizado em Madri, que anos atrás serviu como matadouro de animais para comercialização da carne, Inma Bermúdez e Moritz Krefter (Studio Inma Bermúdez) criaram “La Manada Perdida” (o rebanho perdido), um conjunto de peças, em carvalho vermelho, bordo e cerejeira, que lembra um grupo de animais que parecem estar perdidos. Dispostos no hall de entrada do prédio, eles parecem bancos, mas seu design instiga a imaginação: a indefinição de sua função é um convite para que o visitante decida como quer utilizá-los. Durante a produção, o design foi adaptado ao material disponível para reduzir o desperdício, e os objetos têm acabamento mínimo para imitar a textura da árvore de onde vieram.

 

La Manada Perdida

 

No seu projeto, Wrap, Jorge Penadés explora uma nova aplicação da madeira com inspiração no sistema de produção de tubos de cartão. Ao invés de criar um móvel tradicional, o designer desenvolveu um sistema estrutural utilizando duas lâminas de cerejeira de 0,7 mm, coladas e enroladas em direções opostas para criar uma estrutura tubular surpreendentemente resistente e versátil. Complementado com um pé de madeira maciça e uma rótula 360º, permite a criação de composições horizontais e verticais. Penadés usou essa abordagem inovadora para configurar uma arquibancada multifuncional e uma prateleira baixa que demonstram a resistência, estabilidade e estética da cerejeira.

 

Inspirando-se nas tradicionais persianas de madeira das cidades mediterrâneas, Álvaro Catalán de Ocón interpreta a madeira através da iluminação e cria uma ‘nuvem elétrica’ para o espaço Matadero. Intitulada Nube (nuvem), a peça é composta por pequenos pedaços de madeira, todos iguais e produzidos mecanicamente. Catalán utilizou um processo de produção em grande escala, que permite a criação de muitos elementos repetidos de forma simples, deixando o componente artesanal, que é a alma de seu trabalho, para montagem e instalação. Bolas e cilindros feitos de madeira de carvalho vermelho, cerejeira e bordo formam uma espécie de malha eletrificada que filtra a luz e provoca um interessante jogo de luz e sombra que envolve o visitante.

 

Nube

 

Para a AHEC, o Brasil se mostra um dos mercados mais promissores para implementação do uso de madeiras folhosas americanas, uma vez que já tem um mercado experiente com a matéria-prima e profissionais direcionados a pensar no impacto socioambiental e na criatividade do projeto ao mesmo tempo. A adição de outras espécies de madeiras – como o carvalho-vermelho, a tulipwood, o bordo e a cerejeira – às espécies já naturalmente utilizadas para produção nacional, só trará benefícios, sem gerar tensões de abastecimento e também fornecendo a possibilidade de criar produtos finais menos obsoletos, dada a durabilidade das madeiras folhosas americanas.

 

Sobre o American Hardwood Export Council (AHEC)

A American Hardwood Export Council (AHEC) é a principal associação comercial internacional para a indústria de madeira folhosa americana, representando os exportadores comprometidos entre as empresas de madeira de lei, que agora comercializam e vendem seus produtos em volumes significativos em todo o mundo.

Por mais de 30 anos, a AHEC tem estado na vanguarda da promoção internacional de madeira, construindo com sucesso uma marca distinta e criativa para madeiras folhosas americanas. Ao reconhecer o papel fundamental que o design desempenha no uso bem-sucedido e inovador de american hardwoods, a AHEC ajuda a indústria a desenvolver novas oportunidades ao construir um relacionamento com a comunidade global de design. Na Europa, a AHEC é conhecida por suas colaborações imaginativas e ambiciosas com arquitetos e designers para destacar o potencial e inspirar mais uso desses materiais  de forma sustentável.

 

Fotos: Uxío da Vila | Divulgação AHEC

X
X