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Eventos

Loft Naturalle: madeira como protagonista na composição dos ambientes

Por julho 26, 2021No Comments

O arquiteto Michael Zanghelini buscou na ancestralidade dos materiais naturais a inspiração para o Loft Naturalle, espaço que assina na CASACOR Santa Catarina, em cartaz na cidade de Florianópolis. A madeira protagoniza o espaço, de 80 metros quadrados, e seus usos impressiona.

Na suíte, a madeira está do chão ao teto, revelada em seu estado natural. A escolha foi pela madeira Tauari, utilizada sem tratamentos ou acabamentos, executada de forma artesanal. E a madeira segue seu percurso do quarto para o banheiro, separados por uma divisória de perfil metálico preto em vidro canelado. Para esse ambiente, Michael criou para a bancada um bloco monolítico de mármore Branco Ayla, executado pela Terrazo Mármores, e inseriu criativos espelhos emoldurados também em madeira. O banho ganhou ainda uma seleção de velas da Velas Pavio Curto que, acesas, fortalecem a sensação de aconchego ambiente, que conta com banheira de imersão da Artzzen.

Um brise de madeira maciça  estabelece a divisão entre a suíte e o living. Nesse ambiente, o teto é outra atração. Réguas de madeira Tauari, com formatos irregulares, estão intercaladas por perfis de LED baby, que criam uma iluminação sofisticada e surpreendente: “como as frestas de luz das casas antigas de madeira”, compara Michael. O sistema é automatizado, com acionamento também por voz, fornecido pela Jota Jota Iluminação. As madeiras foram fornecidas pela Madeireira Roque Kremer.

No living está em evidência outro material natural valorizado pelo arquiteto na composição, o mármore. Grandes placas de mármore, em recortes propositalmente rústicos, revestem as paredes como uma obra de arte, escolhidas a dedo no depósito da Ornamentto Superfícies. “Quando fomos escolher o mármore, vi várias peças quebradas, na área de descarte. Foram essas que escolhi, inclusive como uma ação sustentável, para trabalharmos bastante em cima delas. São vários remendos e vários processos que resultaram nesta combinação, valorizando ainda a execução e a mão de obra”, revela o arquiteto, reforçando a importância de toda a equipe e dos parceiros envolvidos na mostra. O mármore também foi a escolha para o revestimento do piso. Na composição, cortinas de tecido leve da Carol Cortinas completam o cenário.

Elegância e arte

O living ganhou piso de mármore, também da Terrazo Mármores, tapetes e sofá de tom cru e formas inspiradas na natureza e nos seixos dos rios que se equilibram com o movimento da correnteza. Integram ainda o ambiente a poltrona Baixa, de Guilherme Wentz, e os bancos pretos que lembram toras, feitos de madeira carbonizada com a técnica japonesa Shou Sugi Ban, de mais de 300 anos. Os móveis soltos são da Studio Ambientes.

Na suíte, a elegância quase monocromática se completa com a cama em couro, também natural, da Natuzzi Editions Floripa, com colchão da Reveev; a rouparia criada pelo próprio arquiteto, a partir de diversos materiais; e os balcões em marchetaria fabricados à mão pela Montri, com design assinado por Larissa Batista. No ambiente, cuja iluminação em LED o rasga pela metade criando um efeito único de relaxamento, há também uma poltrona convidando ao descanso.

O ponto de cor mais forte no loft vem da cozinha, que deixa de lado somente a versão de serviço para funcionar também como um local de encontro e das reuniões virtuais do home office. Intenso e elegante, o verde Amazônia do mobiliário planejado da Space Móveis  domina. No local, uma cuidadosa seleção de artistas visuais catarinenses. Como sua galeria pessoal, Michael reúne obras de nomes consagrados do porte de Eli Heil, Suely Beduschi e Vera Sabino a novos expoentes como Rodrigo Cunha e Juliana Hoffman. A visão artística feminina de Sara Ramos, Elis Teixeira e Jana Garcia também aparecem na curadoria. Ainda ali, diante se sua própria história, o arquiteto dispõe algumas peças de seu acervo pessoal. E mais uma vez o mármore se completa com o tronco de madeira sustentando a mesa com seus veios naturais.

A ancestralidade defendida por Michael Zanghelini percorre o entendimento de que o passado depende de um futuro sustentável. “Tem um ponto importante ao longo da minha carreira. Eu não acredito que devemos fazer uma mostra e jogar depois tudo fora. Pelo segundo ano, quando acabar a CASACOR cada peça já tem um destino certo, toda a madeira, todo o mobiliário, as pedras e boa parte dos painéis de mármore. Todo o processo é pensando em ter utilidade, é uma consciência alinhada com os fornecedores: usar do começo ao fim e não ter nenhum tipo de desperdício”, reforça.

 

Fotos: Fábio Severo / Divulgação

 

 

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