Debater para poder resgatar e valorizar o uso da madeira na arquitetura e na construção civil. Este será o mote do evento virtual “Arquitetura do amanhã: projetando negócios sustentáveis” que será realizado no dia 11 de março, pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), com o apoio do Núcleo da Madeira e a empresa florestal AMATA.
O encontro, que será gratuito, transmitido pelo canal do Imaflora no YouTube, busca provocar o setor para o importante papel que tem na sociedade para minimizar o impacto ambiental, mostrando como suas escolhas ou indicações, que acontecem no dia a dia, podem fazer a diferença. A iniciativa faz parte de uma campanha maior que tem como objetivo, também, pavimentar um caminho para o diálogo entre os diversos atores da cadeia madeireira, além de estimular a troca de experiências e a transparência sobre a origem da matéria-prima. Clique aqui para realizar a inscrição.
Baseado na cidade de Piracicaba, desde 1995, o Imaflora é uma instituição sem fins lucrativos que tem como premissa a conservação das florestas tropicais brasileiras. A organização incentiva a boa prática do manejo florestal ao apostar na certificação socioambiental – como recurso de fomento à atividade produtiva– além de incentivar a implementação de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável combinado à gestão responsável dos recursos finitos da natureza.
Vantagens do uso da madeira
É possível elencar muitas vantagens no uso da madeira em construções, que passam pela logística – elas exigem apenas o transporte e a montagem no local da obra –, bem como pela redução em até 60% de tempo para a execução de um projeto que conte com estruturas pré-fabricadas, até chegar ao impacto ambiental positivo do uso do insumo renovável, resistente e reaproveitável. Em sua tese “A experimentação construtiva em madeira como instrumento de ensino-aprendizagem nas escolas de arquitetura”, a arquiteta e pesquisadora Mônica Duarte Aprilanti do Núcleo da Madeira, organização apoiadora da campanha, ao lado da AMATA, cita as benesses do manejo florestal sustentável e o uso diversificado e eficiente da madeira, como modelos para o bom uso da terra e para a política de recursos confiável e durável no longo prazo.
Segundo Leonardo Sobral, gerente de certificação florestal do Imaflora, a indústria da construção civil em madeira deve ser vista como uma oportunidade para novos negócios, incentivo às práticas sustentáveis, à qualificação e à transparência. “Com o evento queremos levar ao público, a discussão e o conhecimento sobre a origem dos produtos que são consumidos pela construção civil, em especial, a madeira. E destacar como é importante olhar para essa cadeia de suprimentos, entender sua origem assim como as técnicas construtivas que avançam no setor. A madeira de reflorestamento, por exemplo, é oriunda de árvores plantadas com pegada positiva em relação ao carbono, reduzindo consideravelmente o impacto em comparação aos materiais como o concreto e aço”, destaca.
Sustentabilidade
Confirmado na mediação do primeiro painel do evento, o engenheiro civil e presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) Olavo Kucker Arantes acredita que o país progrediu timidamente na prática sustentável, analisando o período de 1990 para cá. E, que, apesar do crescimento dos projetos com foco em sustentabilidade no país, o volume ainda é insignificante em comparação ao número de edificações erguidas anualmente.
“O evento é de extrema importância para criar e fortalecer o futuro da cadeia da construção civil. Caminhamos muito pouco no âmbito das ideias, mesmo com os grandes esforços de grupos que sentem e entendem o problema a fundo. Esses esforços ocorrem nas iniciativas públicas e privadas. Vários órgãos do Governo Federal têm desenvolvido iniciativas públicas bem interessantes ao longo dos anos, porém de pouco efeito prático nas edificações. Muitas empresas têm levado a sério o processo de classificar os fornecedores que sejam idôneos e comprometidos com a origem dos seus produtos, por outro lado temos uma infinidade que cumpre. Precisamos agir, pois os recursos são finitos e nossa população cresce em maior velocidade. Necessitamos otimizar o ambiente construído para que o espaço do ambiente natural que tanto precisamos seja preservado”, pontua.
Como participar
As inscrições para o evento “Arquitetura do amanhã: projetando negócios sustentáveis” são gratuitas e devem ser realizadas previamente. Clique aqui para realizar a inscrição.
Confira a programação:
Dia 11 de março
com transmissão em
https://www.youtube.com/Imaflora
16h – Abertura e boas vindas
Leonardo Sobral (Gerente florestal do Imaflora) |
Marcelo Aflalo (Presidente do Núcleo da Madeira)
16h10 – Arquitetura no século XXI: uma visão do mercado Global
Palestrantes: Ana Belizário (Gerente de Projetos e Novos Negócios da AMATA)
Moderação: Olavo Kucker Arantes (Presidente do CBCS)
17h10 – A sustentabilidade possível: Desafios e oportunidades na arquitetura
Palestrantes: Helio Olga (ITA CONSTRUTORA)
Nicolaos Theodorakis (Noah)
Moderador: Fernando Mungioli (Publisher Arco Editorial)
18h10 – Encerramento
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Na galeria de imagens:
- Projeto AMATA, que está sendo erguido no bairro Vila Madalena, em São Paulo (SP), desenvolvido em parceria entre a AMATA e o escritório franco-brasileiro Triptyque Architecture. Com 13 pavimentos, totalizando 4.700 metros quadrados, a edificação foi planejada inteiramente em madeira. O projeto, uma iniciativa pioneira no Brasil, foi batizado de Urban Forest. Com uso misto, abrigará espaços de coworking, coliving, lojas e restaurantes. O projeto foi destaque no pavilhão brasileiro da 16ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza, em 2018, e tem previsão de inauguração para esse ano.
- Primeiro prédio de madeira engenheirada do Brasil, inaugurado em janeiro de 2021, localizado na Av. Faria Lima, em São Paulo (SP). Trata-se de uma loja da Dengo, marca brasileira de chocolates, com quatro pavimentos e 1.500 metros quadrados, executado em CLT (Cross Laminated Timber), fornecido pela AMATA. O projeto é do escritório de arquitetura Matheus Farah e Manoel Maia.