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Eventos

Arquiteta faz da CASACOR SC um importante palco para o debate sobre câncer de mama

Por outubro 17, 2022No Comments

“Casa Vou de Rosa” é o nome do espaço que a arquiteta Juliana Loffi assina na CASACOR Santa Catarina, em cartaz em Florianópolis. Inspirada na própria experiência de luta contra o câncer e em total conexão com o tema nacional da mostra – “Infinito Particular”, ela e sua equipe criaram uma casa modular completa, de 80 metros quadrados, construída no pátio da mostra.

No espaço, ela expressa um pouco da vivência e dos sentimentos que afloraram durante as duas vezes que enfrentou o câncer nos últimos 10 anos. “Como este ano a mostra ocorre em outubro, mês da campanha do Outubro Rosa – de conscientização sobre o câncer de mama -, pensei em compartilhar, a partir do meu trabalho, uma arquitetura atual, com foco na individualidade de cada pessoa. Lidar com a doença me fez refletir muito sobre isso e foi fundamental no meu processo de cura”, explica Juliana, que promoveu uma live com especialistas no tema diretamente do ambiente da mostra na semana passada.

A arquieta criou o projeto “Vou de Rosa” como forma de conscientizar mulheres sobre a importância do autocuidado. O evento chega à sexta edição com o objetivo de arrecadar fundos para iniciativas que ajudam mulheres em tratamento. E neste ano, toda a verba será destinada ao Mutirão de Reconstrução Mamária do Instituto Cirurgiões do Bem em parceria com o Imperial Hospital de Caridade. O Vou de Rosa acontece no dia 19 de outubro, no Franz Cabaret. Na programação da noite estão confirmadas DJ Scher, Drag Suzaninha e a dupla Soul Sister. Os ingressos estão à venda no site do Franz Cabaret no valor de 200 reais, além dos shows, serão oferecidas comidinhas. Somente o consumo de bebidas à parte.

Serviço:
Vou de Rosa
19 de outubro, 20h
Franz Cabaret
Ingressos à venda: www.franzcabaret.com
Toda a verba arrecadada será revertida ao Mutirão de Reconstrução Mamária

 

Fotos: Bruna Mateus

 

Casa Vou de Rosa

A construção da casa no pátio da edificação centenária que abrigou a Escola Silveira de Souza, local da CASACOR SC Florianópolis em 2022. Construída em estrutura de aço, a casa ganhou placas modulares de gesso internamente e placas cimentícias do lado de fora. São materiais para construções leves. Fibras de lã de rocha e de polipropileno garantem o isolamento térmico e acústico. Em vez da solda, que é muito comum nestas obras, a profissional optou por um sistema de encaixe e parafusos. Ou seja, mais prática de montar e também desmontar. Desde a fundação, fechamentos à instalação de elétrica, hidráulica e acabamentos foram 15 dias de trabalho, na prática. A ideia, segundo a autora do projeto, é apresentar ao público uma solução de arquitetura nômade, renovável, que se adapte ao estilo de vida do morar contemporâneo, evitando o mínimo de descarte e desperdício.

“Aqui queremos mostrar uma casa modular que pode ser reaproveitada depois do evento. Esta deve ser a essência da arquitetura nos dias atuais, que permite mudar de um lugar para outro, totalmente adaptável. É a evolução do morar. Pode estar na cidade, na praia, no campo. A casa muda com o morador”, destaca a arquiteta.

E ela atrai atrai olhares já pela cor, que remete à campanha do Outubro Rosa e levanta a bandeira pelo cuidado da mulher. Para Juliana Loffi, a cor revela o estado de espírito que a vida, muitas vezes, desperta nas pessoas. “A cor rosa do lado de fora já comunica que o visitante está entrando em um espaço diferente, e que ele pode esperar algo de novo dentro do ambiente”, frisa. Em outubro, a fachada da casa ganhou uma camada especial. Convidada pela arquiteta, a artista Lais Odeli eternizou o desabrochar de flores, como simbologia do renascimento e superação da doença. Uma forma de chamar a atenção dos visitantes para os relatos e importância da prevenção.

Para criar as ambientações de interiores, Juliana Loffi explorou uma decoração que evidencia o reúso da materialidade. Juliana fugiu do comum a partir de soluções versáteis e fluidas. A mesa de jantar, por exemplo, foi composta com um sofá para que as pessoas fiquem mais à vontade. Os móveis e os revestimentos fazem uma conexão entre interior e exterior. As portas translúcidas criam uma atmosfera com efeitos únicos em horários diferentes do dia, ao refletir tanto a luz do sol quanto a luz artificial. Os closets foram substituídos por peças abertas, sem muitas caixas e armários. Este modelo foi pensado justamente reforçando o conceito de uma casa nômade, por ser uma solução fácil de levar numa possível mudança.

Aliás, durante a mostra, a arquiteta lança uma coleção de mobiliário, desenhada por ela. As peças enaltecem linhas orgânicas e de usos flexíveis, como uma bancada de maquiagem, uma mesa de jantar acompanhada de um sofá, um bar, uma mesa de cabeceira, uma cama, um carrinho de chá, um closet articulado e prateleiras.  “A coleção foi desenvolvida no momento em que estava internada no hospital em tratamento do câncer. Em vez de escrever, o que fez mais sentido foi a criação das peças. Pensei em tudo que poderia ajudar a elevar a minha autoestima. No que poderia ajudar a criar bons momentos, como olhar no espelho, colocar uma roupa legal, receber os amigos”, explica.

Quando se trabalha com uma casa, literalmente, montada, como se fosse um lego, a arquitetura ganha um salto, na opinião da arquiteta. Isso porque o morador pode levar o seu ninho na “bagagem”. Muda de cidade, de lugar, mas a casa vai junto, com as mesmas características e com o mínimo de desperdício. “É uma arquitetura que estimula a sensação de pertencimento do lugar que habitamos, que tem a nossa identidade”, pontua Juliana Loffi.

Fotos: Fabio Jr. Severo

 

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