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Eventos

Supersalone21: a essencialidade, o emocional e o imediatismo

Por setembro 6, 2021No Comments

A essencialidade, o emocional e o imediatismo formam a essência do supersalone, evento especial que acontece esta semana em Milão sob a chancela do Salone del Mobile.Milano, sob a curadoria do arquiteto italiano Stefano Boeri. Essa foi a análise feita pela designer Fah Maioli durante a primeira live de cobertura da Semana de Design de Milão realizada hoje em parceria com Cyntia Temer Massari diretamente de Milão. Clique aqui para assistir.

Fah Maioli, é pesquisadora, escritora, trend analyst, especialista em Megatrends. Natural da região Sul do Brasil, ela vive em Milão há 20 anos, de onde contribui com empresas e publicações de diversos países, produz e-books e ministra cursos e palestras sobre arte, moda, lifestyle, coolhuntig e, é claro, sobre Trends. Na cobertura do #supersalone21, Fah está atuando em parceria com Cyntia Temer Massari, curadora de experiências, brasileira que também vive em Milão. A dupla está visitando o #supersalone21 – que acontece no distrito expositivo de Rho – e os principais eventos e atrações do Fuori Salone, que acontece em diversos pontos da cidade.

A partir das suas observações, pesquisas e análises, elas compartilham #InputsFromFuorisalone durante as lives, que contam com a parceria da revista ÁREA na divulgação. As próximas lives serão realizadas nos dias 7 e 8 de setembro, às 11h (horário do Brasil). Todo esse trabalho resultará na produção e edição de um Trend Report com todos os inputs e análises dos drivers projetuais identificados.

Mudança de paradigma

“Não é mais uma feira de móveis. Mudou o paradigma”, disse Fah Maioli. Na sua opinião, devido à certeza de que o fechamento comercial não seria o mesmo em virtude da pandemia do novo coronavírus, o evento foi configurado de forma diferenciada. “Teoricamente, não é uma feira comercial, e, por isso, tiveram mais liberdade criativa para mudar”, avalia. A primeira mudança ocorre na visitação, que agora é permitida ao público geral todos os dias (nas edições regulares, o evento é restrito a profissionais e lojistas durante a semana). “Outra mudança é que os produtos podem ser vendidos diretamente. Isso nunca aconteceu”, frisa. Qrcodes distribuídos em estandes e produtos permitem o download de catálogos e portfólios e revelam as descrições de cada peça – dispensando os tradicionais catálogos impressos. “O que é totalmente sustentável”, complementa Cynthia.

Outra mudança destacada por Fah Maioli refere-se ao tamanho dos espaços expositivos. “Eles são pequenos e remete muito, em nível conceitual, a um grande “Instagram”. A narrativa visual é muito essencial. As empresas tiveram que escolher apresentar os produtos que realmente as representam. O exercício conceitual do pessoal do marketing não deve ter sido fácil”, considera. Para Cynthia, a disponibilidade de tais espaços – de dimensões menores – exigiu que as empresas repensassem sobre “quem são” e “como os outros as veem” na decisão de escolher as peças para serem apresentadas em Milão.

“Estamos na era do Instagram – a clareza, a emoção, o imediato. Apesar da simplicidade, emocionava e você entendia imediatamente o que a empresa estava comunicando”, diz Fah. Para ela, essa experiência exigiu das empresas outro exercício importante: o da síntese. “O poder da síntese para buscar a relevância”,  complementa.

O lugar é outro ponto que atraiu a atenção da dupla. A vegetação natural, antes restrita à cenografia de cada estande, agora integra todo o contexto da exposição, que inclui passagens com aberturas para iluminação natural e áreas com mesas e arbustos para uma pausa na visitação. “Não é à toa… o projeto é de Stefano Boeri, que adora um verde”, ressalta Fah. (Stefano é autor do premiado projeto do Bosco Verticale).

Em relação ao formato do evento, Fah compara a um “rebrand” do isaloni. “É um embrião que será repetido no ano que vem. Como será, ainda não sabemos, mas foi lançada uma semente, com uma forma clara de exposição baseada na essencialidade, no emocional e no imediatismo.

 

IKEA: funcional e emocional

Fah Maioli e Cyntia Temer Massari também apresentaram, durante a live, as suas percepções a respeito da participação da IKEA na casaBASE – um espaço de exposição e experimentação do Fuorisalone em que cinco designers internacionais interpretam  os novos desafios e compartilham pesquisas, tendências e projetos de design.

“A gente gosta muito de saber o que a IKEA está fazendo porque ela não só dá ideias como ela produz ideias e  antecipa muitas tendências. A IKEA foi a primeira no mundo a pensar na sustentabilidade, há 25 anos. Ela tem três drivers projetuais: criatividade, é inegável; sustentabilidade do início ao fim do processo; a investigação no domínio da inovação – foi uma das primeiras a lançar aqueles tampos onde podia carregar o celular, que hoje é extremamente comum”, argumenta Fah. Cynthia reforça que os produtos proporcionam facilitações para todas as casas, “para todas as faixas etárias e preços para todos os bolsos”.

“A IKEA conseguiu fazer um grande raio-x do que está acontecendo no Zeitgest  e  colocar nos ambientes: existe esse encontro entre a dimensão funcional e uma esfera emocional”, diz Fah. Na sua análise, a “casa do futuro” – na visão da IKEA – será sustentável e altamente personalizada. “É uma personalização diversa da que vivíamos antes da pandemia, que era feita pelas empresas. Elas apresentavam 10 módulos, por exemplo, e você tinha que escolher um deles. Agora, há otimização dos espaços com atenção aos recursos materiais, espirituais e temporais – são objetos pessoais e adaptação.  São produtos inseridos em uma casa que já ‘vivia'”, explica.

E acrescenta: “embora os ambientes não sejam seja do nosso agrado estético visual, a mensagem é muito bonita. Essa nova forma de personalizar tem a história da pessoa, a dimensão emocional. Não são espaços para serem ‘instagramáveis’, mas para serem vivenciados”, frisa.

 

Fotos: Acervo pessoal Cyntia Temer Massari

 

 

 

 

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