Conhecida e reconhecida por suas icônicas peças produzidas com lã de ovelha, a gaúcha Inês Schertel apresenta novidades na MADE, que acontece de 27 de junho a 1 de julho em São Paulo (SP). Basicamente, ela explora a lã de ovelha em sua forma mais bruta. “Faço uso de sobreposições de camadas justapostas. Desta forma, o agrupamento da lã ganha força, no sentido que relaciona melhor as texturas ocorridas durante a feltragem manual”, explica Inês, referindo-se à técnica usada em seu processo de slow design.
Nascida em Porto Alegre, a arquiteta Inês Schertel passou boa parte da vida em São Paulo, antes de trocar completamente de estilo de vida e se mudar para uma fazenda em São Francisco de Paula, no interior do Rio Grande do Sul. Nessa paisagem, ela cuida de cerca de 400 ovelhas, que lhe fornecem lã para a confecção de suas peças em feltro rústico. As ovelhas são tosquiadas anualmente nos meses de dezembro onde ela acompanha , seleciona para depois beneficiar (a lã é lavada e depois cardada para poder ser feltrada).
Único, original e produzido com paixão, o processo de Inês valoriza o reaproveitamento e a transformação de um material nobre não mais necessário aos animais depois da tosquia que é obrigatória. A técnica usada para feltrar a lã é ancestral e foi aprendida em diversas viagens, incluindo o Quirgistão, na Ásia Central, onde trabalhou com os povos nômades. “Consiste em uma arte que possui mais de três mil anos em que a lã é friccionada manualmente até surgir o feltro”, explica.
Dentro desse processo de slow design, Inês acompanha e participa de tudo, da obtenção da matéria-prima à produção das peças. “Usando a lã, fibra 100% natural e 100% renovável, homenageio uma tradição ancestral, propondo algo novo, fresco e contemporâneo”, afirma.
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