
Estão abertas as inscrições para o Design for a Better World Award 2025 (DFBW Award), premiação que reconhece iniciativas capazes de promover transformações positivas no mundo. Realizado pelo Centro Brasil Design (CBD), o prêmio chega à sua quinta edição destacando o papel da criatividade como agente de mudança. Pessoas, empresas, startups e organizações com iniciativas voltadas à construção de um futuro mais sustentável, inclusivo e inovador podem inscrever seus projetos até o dia 10 de setembro de 2025 pelo site DFBWaward.com. São oferecidos descontos para inscrições nos primeiros lotes e, também, para estudantes, universidades, pessoas pretas, pessoas com mais de 60 anos, indígenas e Organizações da Sociedade Civil (OSC).
Nesta edição, os projetos poderão ser inscritos em seis categorias: Design de Produtos; Design de Serviços; Embalagem; Arquitetura e Cidades; Digital e Design Gráfico. Trabalhos ainda não lançados ou de estudantes podem ser submetidos na subcategoria “conceito”. “O DFBW Award foi criado em 2021 com o propósito de dar visibilidade para iniciativas que podem fazer a diferença por um mundo melhor. Queremos mostrar projetos que têm o poder de inspirar e transformar realidades”, afirma Letícia Castro, diretora superintendente do Centro Brasil Design.
O CBD atua há 26 anos promovendo a importância do design e da inovação, como utilizar o design de forma estratégica e sua importância para a competitividade junto às empresas brasileiras. Foi a primeira instituição brasileira de design a aderir ao Pacto Global, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em 2018. Nesse sentido, o CBD lançou em 2021 o Design for a Better World Award – DFBW Award, um prêmio que tem por objetivo identificar, reunir e premiar ideias transformadoras, levar ao mundo, dar voz
e visibilidade aos envolvidos na criação de soluções de impacto positivo, alinhados com os (ODS) e as práticas ESG, promovendo e multiplicando as boas soluções para o desenvolvimento econômico, social e a responsabilidade socioambiental. Em quatro edições, o DFBW Award já teve 1.200 participantes e premiou 200 projetos.
Troféu, inscrição no iF Design Award e mais
Os projetos premiados poderão usar o selo de reconhecimento DFBW Award e recebem o Troféu Curupira. Criada pela Furf Design Studio em 2021, a estatueta é reinterpretada por um novo talento a cada edição. Neste ano, a peça será assinada pela Design Bridge, também responsável pela identidade visual da edição. Outro destaque é a oportunidade de conquistar visibilidade internacional: os projetos premiados podem ser inscritos no iF Design Award 2026, um dos mais respeitados prêmios de design do mundo, sem custo de inscrição e com acesso direto à fase final de avaliação, sem passar pela pré-seleção. “Esse é um trampolim para o reconhecimento internacional do projeto”, explica a diretora superintendente do CBD.
Os premiados também participam do ebook bilíngue com informações sobre todas as iniciativas vencedoras e ganham visibilidade com divulgação dos projetos pelo Centro Brasil Design, além da indicação para participar de palestras e eventos, conexão com uma rede de parceiros nacionais e internacionais e desconto em consultorias realizadas pelo CBD. Como diferencial, todos os inscritos, independentemente do resultado, recebem feedback qualificado do júri especializado, contribuindo para o aprimoramento e valorização dos projetos apresentados.
Fio das Águas
Em 2024, entre os vencedores do Design for a Better World Award esteve o projeto Fio das Águas, que transforma redes de pesca descartadas em luminárias sustentáveis e culturalmente significativas. O projeto é desenvolvido pela Oiamo, idealizada pelo artista e designer gaúcho Tiago Braga, que se se dedica a revitalizar memórias culturais das comunidades originárias do extremo sul do Brasil. E é executado em parceria com artesãs da Associação de Mulheres Redeiras, na Colônia de Pescadores São Pedro, no Rio Grande do Sul. Juntos, eles transformam redes de pesca de camarões descartadas em luminárias que combinam sustentabilidade, tradição cultural e design contemporâneo.
O projeto Fio das Águas desempenha um papel significativo na redução do lixo plástico, especialmente das redes de pesca descartadas na Lagoa dos Patos, a maior laguna da América do Sul. Cerca de 10 quilos de redes plásticas são recicladas a cada série de luminárias produzidas. Além de reaproveitar resíduos, fortalece laços comunitários ao resgatar valores culturais e modernizar técnicas manuais tradicionais. O processo de produção envolve as artesãs na coleta, seleção e lavagem das redes. Após o beneficiamento, as redes são transformadas em fios, tingidas e tramadas por meio de técnicas como macramê e crochê para revestir as estruturas de aço galvanizado das luminárias.
O resultado é uma experiência estética, orgânica e fluida, que se alinha aos princípios da economia circular ao reutilizar materiais e fomentar a inclusão social, mobilizando toda a cadeia produtiva, desde os pescadores até as artesãs. “O design não é apenas sobre criar objetos, mas sobre transformar realidades, construindo pontes entre passado e futuro, cultura e natureza. O projeto Fio das Águas é uma celebração de identidade, pertencimento e cuidado com o meio ambiente”, afirma Tiago.
Além da conquista do Design for a Better World Award 2024, o Fio das Águas foi destaque na exposição coletiva Is One Life Enough?, organizada pelo Isola Design Festival na Semana de Design de Milão do ano passado.
Fotos: Lufe Torres | Divulgação Oiamo