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Projetos

Concurso público define projeto do novo Mercado Municipal de Ponta Grossa

Por abril 27, 2022No Comments

O Mercado Público de Ponta Grossa, no Paraná, deverá ter suas obras de construção iniciadas em breve. O projeto seguirá a proposta vencedora do concurso público realizado no final do ano passado, de autoria do arquiteto pontagrossense Henrique Wosiack Zulian, titular do escritório Austral Studio, com sede em Curitiba. A expectativa da Prefeitura de Ponta Grossa era lançar o edital de concessão e revitalização no início de 2022 com a meta de inaugurar a nova edificação em 2023, ano em que Ponta Grossa completará 200 anos.

O anteprojeto arquitetônico – mote do concurso – deveria contemplar até cinco pavimentos, com a área de estacionamento de até dois pavimentos, com 250 vagas para carros, 30 para motos e 30 para bicicletas. Já a área de comercialização e área de entretenimento poderia ter de dois a três pavimentos. Para os estandes do mercado deveriam ser destinados cerca de 180 espaços, incluindo área para praça de alimentação com, no mínimo, 14 espaços entre lanchonetes e restaurantes, bem como local para entretenimento, com um centro de convenções.

“Desde o final dos anos 1980, sem merecer atenção dos governos, sufocado pelo eficiente modelo empresarial das grandes redes de supermercado e em razão também das mudanças culturais e comportamentais pelas quais a sociedade passou nos últimos anos, o antigo Mercado Municipal de Ponta Grossa foi perdendo a condição de referência comercial na cidade e há mais de 10 anos frequenta os noticiários como mais um problema a ser resolvido”, afirma o arquiteto Henrique Wosiack Zulian.

Segundo ele, mais importante que simplesmente solidificar uma nova construção que abrigasse as atividades de um mercado, era preciso entender as falhas do antigo edifício, ainda em escombros, e qual o propósito com a nova edificação. “Pensar num lugar especial, respeitoso com a cidade, gentil com seu entorno, que seja acessível e estimule o lazer e que seja agradável para com o usuário do lugar é mais do que simplesmente fazer arquitetura, é um ato básico de dignidade”, pondera.

Para Zulian, o mercado municipal é o mercado público da cidade. “É um equipamento com história, baseado nas trocas, no cotidiano, no autêntico e no fresco”, pontua. E é um equipamento que, ao mesmo tempo, deve se adaptar a novas realidades, o que não significa transformá-lo em um centro de compras sem identidade. “Um mercado público não é um supermercado ou um shopping, é um espaço da cidade, é um cartão de visitas da gastronomia, do artesanato e de parte da cultura regional”, reforça.

Assim, como critérios, o projeto considerou:
– A valorização e assimilação em projeto dos eixos de conexão da cidade;
– O aproveitamento da topografia para colocar os estacionamentos abaixo de uma praça que se abre para a cidade e regulariza um chão público de eventos;
– Multiplicar o térreo: praça e mercado no mesmo nível, e ligações diretas entre os níveis;
– Implantar acessos amplos nas Ruas Comendador Miró e Júlia Wanderley e de conexão direta entre si, criando um espaço que funciona como uma continuidade dos passeios urbanos;
– Estabelecer comércios orientados à praça e à Rua Julia Wanderley que possam funcionar em horários independentes ao do mercado, trazendo assim mais vida à cidade, especialmente em períodos noturnos;
– A modulação e rigor estrutural e exequibilidade das soluções;
– Uma setorização dos serviços para uma clareza funcional e espacial do projeto;
– A totalidade: relações entre as partes do todo (estrutura, programa, acessos, entorno, cotas, espaço público, sustentabilidade, etc.) que resultem em uma expressão arquitetônica que seja uma síntese dessas partes;
– Uma releitura do antigo Arroio Pilão de Pedra, hoje canalizado, de forma a ser incorporado no desenho da praça;
– Pensar no edifício sustentavelmente, desde a escolha de materiais até a utilização de mecanismos de economia de energia e água;
– Desenvolver o projeto pensando e seu bioclimatismo, na orientação correta para entrada e controle de luz e no aproveitamento dos ventos locais para a renovação de ar.

 

Análise do júri

A Comissão do concurso avaliou como quesitos a qualidade arquitetônica e clareza do projeto; a integração com os naturais do local e entorno imediato; com a integração urbana, mobilidade e acessibilidade; com as soluções de conforto térmico, eficiência energética e aproveitamento de águas pluviais, demais tecnologias para um prédio sustentável; a funcionalidade e atendimento ao programa de necessidades do espaço; sustentabilidade; a exequidade, economia e viabilidade técnicas-construtiva; aspectos plásticos, éticos e estéticos do projeto; e a contextualização com a história do equipamento público, seu tipo de uso, bem como a contextualização com a cidade de Ponta Grossa.

Fizeram parte da Comissão de avaliação engenheiros e arquitetos representantes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Ponta Grossa (IPLAN), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PG), Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (COMPAC), Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa (AEAPG), da Unopar e Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU).

Após a análise dos projetos, a Comissão declarou Henrique Wosiack Zulian, como o vencedor do concurso e, em segundo lugar, a arquiteta Júlia de Faveri, da Bloco B Arquitetura, de Florianópolis.  O 1º lugar recebeu o prêmio de R$ 25 mil, enquanto o 2º lugar recebeu R$ 10 mil. Entre os concorrentes, quatro eram de Ponta Grossa, quatro de Curitiba, um de Londrina, um de Santa Maria (RS), um de Florianópolis (SC), e um do município de Piedade (SP).

 

Ficha técnica do projeto:

Escritório: Austral Studio

Autor responsável: Henrique Wosiack Zulian

Colaborador: José Pedro Raccanello Servo

Projeto: Mercado Municipal de Ponta Grossa

Ano: 2021

Local: Ponta Grossa – PR

Status: Concurso

Tipo de projeto: Comercial/Cultural

Estrutura: Concreto armado

Materialidade: Concreto aparente, Alvenaria, Metal, Vidro

 

Galeria de imagens:

 

Plantas e cortes

Perspectiva

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