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Abaixo-assinado reivindica obrigatoriedade de concurso de arquitetura e urbanismo para obras públicas em Curitiba

Por fevereiro 27, 2018março 1st, 2018No Comments

A cidade de Curitiba está pleiteando junto à Prefeitura Municipal a instauração de concursos públicos de Arquitetura para a realização de projetos em obras no âmbito governamental, tais como escolas, hospitais, museus, dentre outros. Um abaixo-assinado exigindo a contratação de projetos por meio da realização de Concurso Público de Arquitetura e Urbanismo em Curitiba foi lançado em dezembro de 2017 e já conta com mais de 1,4 mil assinaturas, para que seja levado à Câmara Legislativa, como forma de pressão da opinião pública demonstrando a relevância do processo. Clique aqui e acesse.

O movimento, que reúne arquitetos, urbanistas e entidades do setor, como o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU-PR) e o departamento paranaense da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA-PR), tem como inspiração a cidade de Medellín, na Colômbia, que implantou o mecanismo. Considera​do um case de sucesso internacional, o município  colombiano conseguiu elevar seu potencial turístico e cultural significativamente, além de reduzir a corrupção, gerando impacto positivo nos índices macroeconômicos, especialmente relacionados à segurança pública e qualidade de vida.

O arquiteto e urbanista colombiano Gustavo Restrepo, um dos responsáveis pela transformação da cidade, e que trabalha até hoje na defesa do instrumento, ressalta que muitas destas soluções podem ser aplicadas em Curitiba, e que isso envolveria todo um processo de ouvir a comunidade para planejar e desenvolver projetos de transformação em larga escala.  Segundo ele, após a obrigatoriedade na realização de concursos públicos de arquitetura, o cenário urbano de Medellín mudou, inclusive com a mitigação de problemas relacionados à criminalidade, que é um dos grandes gargalos de grandes centros urbanos. “O mecanismo gira em torno de uma melhor percepção da arquitetura no contexto cultural e econômico das obras públicas, porque elas potencializam a diversidade e a melhoria como um todo do espaço comunitário, gerando inovação, atratividade econômica e turística”, explicou Restrepo. Ele acrescentou que as competições permitiram processos mais abertos, amplos e democráticos. “Ou seja, além de gerar melhorias e visibilidade internacional, ganhamos transparência também”, explica.

Em Curitiba, entretanto, de acordo com os organizadores do movimento, o poder municipal não realiza contratação por meio da realização de concurso público de Arquitetura há, pelo menos, 20 anos. Essa realidade poderia estar impedindo a cidade de avançar, no sentido de tornar-se mais “inteligente e inovadora”, acreditam os organizadores do movimento, voltando a ser um exemplo de administração e qualidade nas suas obras públicas.

Para o presidente da AsBEA-PR, o arquiteto e urbanista Keiro Yamawaki, a realização de concursos públicos é uma forma de fazer valer a função social da Arquitetura, que é gerar benefícios para a coletividade num diálogo construtivo sobre a cidade. De acordo com o diretor executivo da Associação de Bares e Restaurantes de Curitiba (Abrasel), Luciano Bartolomeu, embora a cidade esteja entre as mais visitadas do país, há um grande horizonte a ser explorado e tudo o que eleva a qualidade turística da cidade, gera reflexo direto no setor de gastronomia e entretenimento. “A proposta dos concursos públicos elevaria a qualidade urbanística e traria mais atratividade para a cidade, gerando maior fluxo nos estabelecimentos e comércio como um todo”, afirma.

Dentre as metodologias aplicadas em Medellín, estão a participação social; um amplo diagnóstico da cidade; planejamento de ações sociais; fortalecimento da comunidade e geração de oportunidades econômicas, a partir de visão holística das oportunidades. “O que permite entender que o físico é uma ferramenta para transformar as pessoas, que são a parte mais importante de uma cidade”, explicou Restrepo.

Fonte: AsBEA-PR

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