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Destaques

Estudantes gaúchos de Arquitetura elaboram propostas para habitações sociais

Por julho 30, 2020No Comments

Acadêmicos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Feevale foram desafiados a encontrarem soluções originais e inovadoras para a construção de moradias econômicas para a população. Na disciplina de Projeto Arquitetônico VII, os estudantes criaram 12 propostas de moradias neste semestre, a partir dos problemas socioambientais enfrentados pelas cidades brasileiras, especialmente nas áreas periféricas.

Orientada pelos professores Eduardo Schneck e Juliana Cruz, a turma foi estimulada a propor projetos para o déficit habitacional que há no país, com foco na sustentabilidade, em moradias elaboradas a partir de soluções econômicas, sociais, políticas e ambientalmente viáveis.

Para a elaboração dos trabalhos, os estudantes consideraram a política habitacional vigente, principalmente a Lei 11888/2008 de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS) e a alta demanda por projetos de habitação social.

Para aproximar os alunos dos problemas reais, a disciplina mantém uma parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Novo Hamburgo (RS), onde está sediada a Feevale. Durante uma aula, os técnicos do município conversaram com os estudantes sobre as dificuldades enfrentadas para empreender soluções na cidade.

Com base no conteúdo estudado, iniciou-se a elaboração acadêmica por iniciativas inovadoras para a reurbanização de assentamentos precários, ocupações irregulares e soluções para entraves enfrentados nos processos de regularização fundiária de interesse social, que envolvem aspectos legais e áreas de risco e de proteção ambiental.

“Assim surgiram as Unidades Habitacionais de Interesse Social (UHIS), pensadas em diferentes tipos e para atendimento de demandas específicas, promovendo moradias dignas que atendam ao direito de todos ao acesso à cidade”, explica Scheck. “Elas são adaptáveis a qualquer situação de Regularização Fundiária Urbana de Cunho Social (ReurbS), podendo ser construídas em qualquer terreno, respeitando a cultura local e a forma de ocupação dos espaços pelas comunidades que residem em assentamentos precários”, complementa.

As habitações foram criadas a partir de problemas reais e seus projetos arquitetônicos difundidos de acordo com o local, tamanho, possibilidades e número de moradores. Os modelos criados são: Casa embrião (permite ampliação da casa empregando identidade à moradia); Kit autoconstrução (autoconstrução assistida); Radicalmente sustentável (autonomia da moradia e atende às necessidades mínimas de sobrevivência da família abrigada); Multimodular (diferentes configurações para construção de edificações multifamiliares); Kit centro (unidades habitacionais mínimas que ocupam espaços centrais da cidade de forma disseminada); Kit morador de rua (unidades habitacionais mínimas, especialmente pensadas para moradores de rua); Adaptável a situações de alagamento (moradias que se adaptem a situações de alagamento e inundação); Adaptável a situações de relevo acentuado (moradia para locais com relevo acentuado, segurança aos moradores com mitigação de riscos para o local).

Segundo a professora Juliana, as propostas apresentaram alto grau de desenvolvimento. “Elas chegaram à etapa de projeto executivo e detalhamento completo, em que vieram à tona soluções originais e inovadoras para solução de um problema tão grande quanto complexo, que é a falta de moradias dignas no país”, enfatiza.

 

Conheça mais sobre os projetos idealizados pelos alunos:

ADAPTÁVEL A ALAGAMENTO – Gisele Scheunemann

A unidade habitacional de interesse social adaptável a inundações foi desenvolvida para solucionar o déficit de moradia adequada, encontrado hoje nas áreas ocupadas irregularmente por população de baixa renda, e na maioria das vezes está localizada em zonas de risco ambientais. A proposta tem como diretriz principal proporcionar uma moradia adaptável a situação de alagamento, que possa propiciar qualidade de vida para os moradores dessas regiões. Também foram pontos norteadores da proposta a eficiência e o maior aproveitamento dos espaços. Como resultado final, temos uma residência que tem a capacidade de flutuação, acompanhando o nível da água, garantindo a segurança das populações que ocupam zonas alagáveis e proporcionando a permanência nesses espaços de maneira segura.

ADAPTÁVEL A ALAGAMENTO – Vinicius Machado de Araújo

O projeto tem como premissa a projeção de uma habitação de interesse social que procure atender localidades que sofrem o risco de alagamento com enchentes. A proposta consiste em uma moradia flutuante, com a utilização de tanques de líquidos, ancorada em um sistema de pilares laterais e cintas metálicas. Também visa utilizar materiais mais sustentáveis e viáveis economicamente na concepção da residência, como o sistema wood frame e o fechamento vertical de telhas e/ou placas cimentícias.

KIT MORADOR DE RUA – Jaqueline de Oliveira e Mônica Rachor

A mochila-abrigo/carrinho foi desenvolvida como um kit para morador de rua, um abrigo itinerante, de fácil manuseio e carregamento. Foi elaborado um modelo que pudesse ser compacto para o dia a dia do morador e que atenda, também, as atividades mais comuns que exerce, como a de catador. A matéria-prima proposta foi pensada também com materiais que o próprio morador encontra nas ruas, sendo ele mesmo o provedor para o ciclo construtivo da mochila.

KIT MORADOR DE RUA – Henrique Haack

O projeto tem como ideia entregar um equipamento urbano para uso de interesse social nas unidades habitacionais. Estas serão utilizadas para uso temporário ou passagem pelos moradores de rua. A ideia é utilizar materiais sustentáveis e a proposta teve como base materiais em bambus. A proposta não é apenas arquitetônica, mas social e crítica, apresentando uma arquitetura mais sustentável, para uma sociedade mais sustentável.

ADAPTÁVEL A RELEVO ACENTUADO – Cristabel Constante e Matheus Borin

A proposta é composta por dois modelos de residências adaptáveis para lotes íngremes, buscando mitigar a ocorrência de deslizamentos e diminuir seus possíveis impactos. Como forma de aproveitar o espaço residual, que é formado na parte inferior do lote, foi proposta a criação de uma horta para o consumo próprio de cada família.

CASA EMBRIÃO – Mônica Schierholt e Diego Filipin

A casa embrião é uma unidade habitacional térrea, pensada para atender às necessidades mínimas das famílias de baixa renda. Inicialmente, é uma residência que possui apenas um dormitório, porém, foi projetada já com a possibilidade de ampliação, de acordo com as necessidades que cada família possui. Além disso, pode ser modificada para que seja uma residência com acessibilidade.

CASA EMBRIÃO – Bruna Mayer e Maiquele de Oliveira

A casa embrião precisa se adaptar a diferentes tipos de lotes, além de atender diferentes tipos de composições familiares, e isso foi um dos grandes desafios do projeto. Foi criada uma habitação de interesse social com baixo custo de manutenção e flexível para futuras ampliações.

RADICALMENTE SUSTENTÁVEL – Maria Eduarda Baron Giglio e Débora Letícia Kirschner

Com uma estufa de cultivo incorporada às fachadas principais, as habitações de interesse social radicalmente sustentáveis foram pensadas para serem abrigos autônomos que forneçam todos os subsídios básicos para a sobrevivência humana: alimentação, água, luz, gestão de resíduos e conforto. As unidades utilizam, na sua construção, materiais naturais e reciclados.

MULTIMODULAR – Michele Becker e Jurandir Silva

O projeto foi planejado a partir de algumas diretrizes que buscasse solucionar problemas socioeconômicos: acomodar famílias em suas diversas composições com conforto, segurança e qualidade de vida, bem como priorizar a harmonia e trocas mútuas entre as pessoas no seu cotidiano. Para tanto, foram criados espaços de convivência em cada pavimento. O sistema multimodular permite a ampliação dos apartamentos, assim como a multiplicação das edificações.

MULTIMODULAR – Stephanie Muhammad e Stéfani Homem

O objetivo desse projeto é desenvolver uma habitação social multifamiliar para abrigar famílias com características e necessidades distintas. Para isso, foram utilizadas três tipologias de plantas, com um, dois e três dormitórios, podendo abrigar famílias de no máximo seis pessoas. Para a técnica construtiva, foi utilizado o sistema Light Steel Frame. As plantas baixas contêm módulos de 60x60m, nos quais a planta de um dormitório possui 30m², a de dois dormitórios 49m² e a de três dormitórios 58m² O resultado do sistema construtivo e dos diferentes módulos trouxeram as fachadas da habitação movimento, permitindo entradas de luz solar e ventilação cruzada.

MULTIMODULAR – Maicon Heck

O projeto visa desenvolver unidades habitacionais que possam atender a qualquer terreno, podendo ser instaladas individualmente ou em conjunto, de acordo com a necessidade e em diferentes configurações.

KIT CENTRO – Natanael Aramis e Rafaela Stoffel

O kit centro tem como objetivo a ocupação dos lotes públicos ociosos para proporcionar uma vida digna para pessoas de baixa renda no centro da cidade. Neste projeto é contemplada a ideia de casa passageira, ou seja, unidades habitacionais que serão usadas como aluguel social pela prefeitura.

 

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